segunda-feira, março 26, 2007

Prata da casa

Quem visita a nossa Escola, quem a frequenta diariamente, dela faz a sua vida e a ela devota os seus dias, conhece, sem qualquer dúvida, a D. Lucinda. A portaria está nas suas mãos uma parte do tempo e é ela quem nos recebe, a ela também a quem damos os bons-dias, e é também a D. Lucinda que, por vezes, chama a atenção de quem se esquece de passar o cartão da escola ou de quem lhe é menos cortês, infelizmente. A maior parte de quem lá passa desconhecerá, porém, que por trás da candura e paciência está uma poetisa. Hoje deixo-vos com um passeio por Mafra, mais uma vez a propósito. Não só os escritores de renome têm algo a dizer sobre Mafra. Quem cá vive há tanto tempo tem uma opinião igualmente digna de ser ouvida. É, por isso, com grande prazer que aqui dou a conhecer a veia poética da nossa D. Lucinda. Aproveitem!

Passeio a Mafra

I
Fui passear a Mafra
Para ver sua beleza
Meu olhar ficou atento
Ao admirar o Convento
Com tamanha grandeza

II
Fui ver a sua tapada
Cheia de vegetação
Com animais à mistura
Ainda bem que perdura
Aquela boa criação.

III
Segui p´ra Vila Velha
Passeio que fiz a pé
P´las Tecedeiras desci
As muralhas descobri
E a Igreja de Santo André.

IV
Vi a Quinta da Cerca
E o seu Palácio velhinho
Vi um relógio de sol
Um a fazer pão mole
Vi de tudo um bocadinho.

V
Dei um salto ao miradouro
Dali tudo se avista
Vi moinhos a rodar
Gado lindo a pastar
E os galos com sua crista.

VI
Segui p´lo Jardim do Cerco
Sua estufa admirei
Vi num lago muitos peixinhos
Perto dali passarinhos
Da nora imponente gostei.

VII
Abram os olhos Mafrenses
Vejam se se enchem de capricho
Preservai a Natureza
Sem ela não há beleza
Não sujem Mafra de lixo.

Maria Lucinda Santos