quarta-feira, dezembro 24, 2008

Feliz Natal

foto: minha

Christmas Life

If you don't have a real tree you don't bring the Christmas life into the house." Josephine Mackinnon, aged 8

The Christmas life

Bring in a tree, a young Norwegian spruce,
Bring hyacinths that rooted in the cold.
Bring winter jasmine as its buds unfold -
Bring the Christmas life into this house.


Bring red and green and gold, bring things that shine,
Bring candlesticks and music, food and wine.
Bring in your memories of Christmas past.
Bring in your tears for all that you have lost.


Bring in the shepherd boy, the ox and ass,
Bring in the stillness of an icy night,
Bring in the birth, of hope and love and light.
Bring the Christmas life into this house.

Wendy Cope

Para ouvir Wendy Cope a declamar o poema clicar aqui.

quinta-feira, dezembro 18, 2008

Receita de Leitura (11)

Dose de Amostra
Gabriela encolheu-se, perdida. Por que seu Nacib se zangara? Estava zangado, virado de costas, sem tocá-la sequer. Sentia falta do peso de sua perna na anca. E dos carinhos habituais, da festa no leito. Estaria zangado por Tuísca ter-se contratado de artista sem consultá-lo? Tuísca era parte do bar, ali tinha sua caixa de engraxate, ajudava nos dias de muita freguesia. Não era com Tuísca, não, que ele estava zangado. Era com ela. Não a queria no circo, por quê? Queria levá-la pra ouvir doutor na sala grande da intendência. Gostava não! No circo podia ir com os velhos sapatos onde cabiam seus dedos esparramados. Na intendência tinha de ser vestida de seda, de sapato novo, apertado. Toda aquela lordeza reunida, aquelas mulheres que a olhavam de cima, que riam dela. Gostava não. Por que seu Nacib fazia tanta questão? No bar ele não a queria, tanto ela gostava de ir... Tinha ciúmes, era engraçado. Não ia mais, fazia a vontade, não queria ofendê-lo, tomava cuidado. Mas por que obrigá-la a fazer tanta coisa sem graça, enjoada?

Jorge Amado, (2001), Gabriela, Cravo e Canela, (1ª edição 1958) Rio de Janeiro, Record.

Composição
Gabriela, Cravo e Canela de Jorge Amado é um dos romances indispensáveis de grande escritor baiano e uma obra fundamental para quem quiser mergulhar na Bahia. O romance comemora este ano o seu cinquentenário de publicação e contém princípios activos de grande efeito sobre os amantes da leitura e da vida: amor, desejo, poder, traição, vingança.

Indicações
Este livro está indicado para todos os que se maravilharam com Gabriela, a primeira telenovela brasileira a ser exibida em Portugal. O livro oferece uma viagem mais profunda e densa que não ficou esgotada na versão televisiva. Indivíduos que não viram a telenovela devem ler este livro, sob pena de perderem uma das prosas mais sensuais da literatura de expressão portuguesa. É muito bem tolerado por quem gosta de viajar no tempo, tem ao seu dispor Ilhéus nas primeiras décadas do século XX, e para quem gosta de outras paragens, Ilhéus espera-o. Ainda resiste a esta viagem?

Precauções
Gabriela, Cravo e Canela está desaconselhado a leitores sugestionáveis capazes de sentir o aroma do cravo de Gabriela. Se experimentar uma vontade imperiosa de ajustar contas com os Coronéis deve parar a leitura. Pode sentir ocasionalmente as personagens a chamarem-no. Respire fundo, são só personagens. Indivíduos lineares ou moralistas podem ser acometidos episódios de ansiedade, o romance é rico em assuntos, personagens e perspectivas, sempre envolto numa prosa apaixonante.

Outras apresentações
Para um efeito melhorado sugere-se a leitura posterior de outras obras do mesmo autor. Atire-se sem receio a Capitães da Areia ou conheça Iemanjá, a Senhora dos Mares, em Jubiabá ou Mar Morto. Caso se mantenha o entusiasmo, passeie-se nas páginas de Zélia Gattai, mulher do escritor.

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Mercados de Natal

Algures entre os finais de Novembro e o início de Dezembro surgem nos países de expressão alemã, nomeadamente Alemanha e Áustria, e em outros países da Europa Central e de Leste, Mercados de Natal. Na Alemanha, por exemplo, cada uma das cidades, vilas e aldeias tem um Mercado de Natal que variará de acordo com as dimensões da terra que o acolhe. Os de Munique e de Nuremberga são os mais famosos e chamam muitos turistas às cidades.
Muito populares, eles oferecem a oportunidade de conviver com os amigos. É comum verem-se grupos de pessoas a confraternizar, entreter os sentidos com as iguarias tradicionais e doçaria típica e a fazer compras. A oferta é variada, porém, não podem faltar decorações de natal artesanais feitas de produtos naturais entre os quais se destacam canela e cravinho e que libertam um aroma quente e adocicado, o contributo precioso para o ambiente natalício e o antídoto contra o frio cortante que se faz sentir.
A acompanhar a doçaria é obrigatório, não há Mercado de Natal sem ele, beber um vinho quente aromatizado com especiarias. Na Alemanha chama-se Glühwein e é muitíssimo popular. Para os abstémios ou para as crianças existem ponches quentes à disposição. Posso garantir-vos que são absolutamente deliciosos e obrigatórios.
Nenhuma destas experiências natalícias está completa sem música. Assim cada um dos Mercados, tem um programa específico, onde actuam grupos corais ou de instrumentos para dar o toque especial de magia à quadra.
Passear pelos Mercados é uma experiência muito curiosa e uma explosão de cor, regra geral, proveniente das decorações de Natal em exposição nas bancas.
E tudo assim fica até dia 24 de Dezembro. Depois dessa data só nos resta esperar para o ano seguinte. Até lá entretenham-se com um passeio entre as bancas, ao som da música de Natal, bebendo um Glühwein.

Christkindlmarkt, Viena
foto: minha

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Cem anos...


é muito tempo.
Aqui ficam os Parabéns ao Manoel de Oliveira pelo seu centenário com muitos filmes e cheios de vida.

Alçada Baptista


A notícia já não é nova mas não podemos deixar de assinalar aqui a partida de António Alçada Baptista. Jornalista e escritor, homem de afectos, "escritor de afectos" como gostava de se intitular, partiu no Domingo, dia 7 de Dezembro, aos 81 anos. Deixa muitos livros e a saudade de quem privou com o escritor. Aqui resta-nos a homenagem possível, a melhor que se pode fazer a um escritor, o desejo que a sua obra seja sempre lida. Até sempre.

Imagem: daqui

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Um ano de Bibliotecário

Aqui no De Mês em Quando comemoram-se discretamente efémerides, assinalam-se datas e ocasiões festivas. Desta vez a ocasião não é um Prémio Literário, o aniversário de um escritor ou qualquer outra data comemorativa. Hoje comemora-se um ano de Bibliotecário de Babel. Um blogue muito bem escrito, onde não faltam nunca notícias fresquinhas deste mundo dos livros e escritores, só pode ser comemorado. Aqui ficam os Parabéns e os desejos de que venham mais anos.

Sugestões de leitura

Com o Natal aqui tão perto, trago-vos hoje uma sugestão de leitura ou de presente, os livros são sempre óptimos presentes de natal. Desta feita trago-vos um livro inovador, não tenho conhecimento de que tenha sido escrito algo assim antes. Trata-se de Porto versus Lisboa, escrito a quatro mãos por um lisboeta, António Costa Santos, e um habitante do Porto, António Eça de Queiroz. Os Antónios, um de Lisboa e outro do Porto, juntaram-se e deste encontro - ou deverei dizer duelo?- nasceu um livro muito bem escrito, não há livros, no verdadeiro sentido do termo, se não forem bem escritos, muito bem disposto, bem humorado e muito informativo. Recomendo vivamente. Eu já li e também vou oferecer outro. De que é que está à espera?

terça-feira, dezembro 09, 2008

E o Natal aqui tão perto


Le Clézio em destaque

Este mês temos, em grande destaque, no placard dinamizado pela patrona da Biblioteca, o mais recente Prémio Nobel da Literatura, Le Clézio. Se passarem por aqui não percam, é uma maneira belíssima de nos informarmos. A espera na fila da reprografia deixou de ser uma maçada, desde os placards coloridos, há já uns anos, portanto, e passou a ser um prazer. Já cá passaram Prémios Nobel da Literatura, Prémios Camões e outros escritores que, sem Prémios e galardões, continuam a fazer as delícias dos amantes da leitura e bibliófilos. Caso não tenha de esperar pelas fotocópias, pode sempre aparecer. Vai ver que vale a pena. A literatura é como o saber, não ocupa lugar.

foto: minha