terça-feira, junho 17, 2008

Parabéns, Ondjaki!

Aqui no De Mês em Quando estamos razoavelmente informados, é certo, mas não se julgue que, como fizemos com Fernando Pessoa e Vieira da Silva, felicitamos Ondjaki pelo seu aniversário. Felicitamo-lo por ser o vencedor do Prémio Do Conto Camilo Castelo Branco 2007, com Os da minha rua. Sou uma leitora compulsiva de escritores estrangeiros de expressão portuguesa e, pela experiência que tive com o livro, só posso e devo recomendá-lo. Em Os da minha rua, Ondjaki recupera a infância e prende-a ao texto com uma linguagem simples e ingénua, tornando o livro duplamente interessante.
E agora que as férias estão aí, já sabem, aproveitem para ler Os da minha rua e, se gostarem, aventurem-se no seu mais recente romance acabado de publicar AvóDezanove e o Segredo Soviético. Como já li o primeiro, e tenho o segundo ali a piscar-me o olho, é mesmo o que vou fazer. Se ficaram curiosos leiam mais aqui. Parabéns ao Ondjaki, mais uma vez, e boas leituras a todos.


imagem daqui

sexta-feira, junho 13, 2008

13 de Junho

Este é um dia importante para as artes e letras portuguesas. Não só se comemora apenas o nascimento de Fernando Pessoa, este ano a completar 120 anos, como o de Vieira da Silva, uma das mais reconhecidas artistas plásticas, que teria 100 anos no dia de hoje. Um data tão importante não podia ser deixada em vão aqui no De Mês em Quando. Parabéns aos dois!

Vieira da Silva

Imagem daqui

Santo António de Lisboa

E pensavam que eu, lisboeta de coração, me iria esquecer de Santo António? O Santo António é sempre uma data a assinalar, quer sejamos católicos ou não. Espalha alegria por Lisboa, pelas vielas há cheiro de sardinha e tem lugar em Junho, quando a cidade ilumina as almas e o Tejo.

imagem: minha

sexta-feira, junho 06, 2008

Contagem decrescente...


para a publicação do mais recente romance de Mia Couto,
dia 9 nas bancas.

78ª Feira do Livro de Lisboa

Os amantes de livros e da leitura esperam sempre por este evento. Alguns vêem nele a possiblidade de encontrar novos livros, caçar autógrafos e conhecer escritores, existe quase uma curiosidade miudinha relativamente ao rosto e às mãos por trás da escrita,ou apenas cumprir o ritual de décadas. Parque Eduardo VII acima, as barraquinhas vão-se plantando e, em dias de sol, raros este ano, a vista para o rio Tejo lá em baixo é a cereja no topo do bolo de uma cidade tão luminosa como Lisboa e um de périplo prazeiroso entre livros e escritores. Este ano a Feira do Livro de Lisboa esteve envolta em grande polémica, temeu-se mesmo o pior, a não realização da mesma, mas lá está no sítio de sempre. Até dia 15 de Junho ainda há tempo de dar uma espreitadela.
Para abrir o apetite leiam entretanto o belíssimo texto de António Lobo Antunes na Receita de Leitura do mês de Maio.

Imagem daqui

quinta-feira, junho 05, 2008

Receita de Leitura (8)

Dose de Amostra

A Feira do Livro é estar sentado debaixo de um guarda-sol às listras a dar autógrafos e a comer os gelados que a minha filha Isabel me vai trazendo de uma barraquinha três editoras adiante, preocupada com as atribulações de um pai suado, de repente da idade dela, a escrever dedicatórias, de língua de fora, numa aplicação escolar. Isto não é uma queixa: gosto das pessoas, gosto que me leiam, gosto sobretudo de conhecer as pessoas que me lêem e me ajudam a sentir que não lanço ao acaso do mar garrafas com mensagens corsárias que não se sabe onde vão ter, e gosto dos romances que escrevi. Tenho orgulho neles e tenho orgulho em mim por ter sido capaz de os fazer. De modo que ali estou, satisfeito e tímido, acompanhado pelo Nelson de Matos que me pastoreia com paciência, com uma placa com o meu nome e as capas em leque à minha frente, um pouco como a sensação de vender bijuterias marroquinas nos túneis do Metropolitano do Marquês ou fatos de treino fosforescentes na Feira do Relógio, que os leitores folheiam, compram, me estendem para o selo branco, e eu em lugar de lhes explicar obsequioso e seguro que os livros não debotam nem encolhem na máquina limito-me por falta de vocação cigana a pôr a etiqueta lá dentro
(Deus sabe o que me apetece às vezes assinar Hermes ou Valentino)
e a devolvê-los com o sorriso lojista de quem garante qualidade e boa malha.

António Lobo Antunes, (1998), Livro de Crónicas, Lisboa, Dom Quixote.


Composição
Livro de Crónicas de António Lobo Antunes é uma mescla de crónicas datada de 1998. Neste primeiro volume de crónicas as deambulações situam-se no quotidiano e nas existências de gente comum em que algumas facetas do escritor transparecem e ele próprio se nos revela.

Indicações
Recomenda-se a leitura a indivíduos com gosto pela leitura de estórias urbanas e apreço pelos pequenos enredos que tecem o dia-a-dia de que as vidas são feitas. Livro de Crónicas aconselha-se aos amantes de uma prosa bem escrita, carregada e emoções e simultaneamente salpicadas com o olhar bem-humorado e lúcido sobre a realidade. Os apreciadores de registos autobiográficos e estórias bem contadas observaram francas melhorias, bem como os curiosos pelo escritor e a pela sua vida. Está também aconselhado aos leitores que se sentem excluídos pela prosa de António Lobo Antunes e com fortes sentimentos de incapacidade perante a leitura do consagrado escritor.

Precauções
Livro de Crónicas está altamente desaconselhado aos puristas da língua portuguesa. Podem ocorrer ataques de fúria ao ler a prosa fragmentada e polifónica. Recomenda-se parcimónia na leitura aos fervorosos defensores das regras gramaticais e adeptos incondicionais de pontuações tradicionais. Caso se sinta ruborizar de raiva com as letras minúsculas frequentes no início das frases ou se encontre involuntariamente de lápis na mão a corrigir o livro, deve parar de imediato a leitura.

Posologia
Indivíduos que consideram António Lobo Antunes impenetrável e de leitura difícil devem iniciar a leitura com tranquilidade em dias de lazer e remanso. Todos os que procuram em vão penetrar na obra do consagrado escritor devem encetar a incursão pelo Livro de Crónicas quanto antes, sempre ao ritmo do prazer que só a leitura de grandes livros proporciona.

quarta-feira, junho 04, 2008

Paradeiro

Pode parecer que já fomos de férias ou que nos ausentámos, tal a falta de notícias, mas têm acontecido muitas actividades na escola e o blogue acabou por não ter a actualização devida. Aqui ficam as desculpas e o regresso. Voltámos!