Human beings are the only animals of which I am thoroughly and cravenly afraid.
George Bernard Shaw
Os cães porque são meigos, fieis, jamais abandonam o dono, colam-se-lhe exigindo atenção mas retiram-se se repreendidos, obedecem, entendem claramente as faltas em que incorreram, abanam o rabo ao pressentirem os amigos, lançam olhares meigos a que ninguém com coração consegue resistir e retribuem sem contrapartidas a entrega de quem os quiser estimar. Os gatos porque são belos e magnéticos, elegantes e independentes, têm uma personalidade vincada e não influenciável, são territoriais, leais e gratos se bem lhes fizermos e, claro, quem resiste ao ronronar ternurento num dia de invernia à lareira, da rodilha de pelo felpudo em que se transformam nesses mesmo dias cinzentos, abrindo apenas uma fresta de olho para que nos saibamos vigiados? E depois há os pássaros, coelhos, hamsters, tartarugas, peixinhos multicolores, répteis inclusive. Perceberão, pelas palavras acima desenhadas, que sou uma amante confessa e irrecuperável de gatos, prefiro-os aos cães, e portanto não posso concordar mais com Mark Twain: "If animals could speak, the dog would be a blundering outspoken fellow; but the cat would have the rare grace of never saying a word too much.” Uma questão de gosto apenas, esta minha paixão pelos felinos, mas uma coisa é certa, gatos, cães, periquitos, cágados ou coelhos, os nossos amigos a que chamam irracionais são uma fonte inesgotável de prazer, um prazer a que alguns escritores não são de todo indiferentes. Miguel Torga relata abundantemente esta relação tão especial e enriquecedora entre o homem e os animais, Eugénio de Andrade confessou também magistralmente com as palavras o amor pelos gatos –como o compreendo- e Manuel Alegre escreveu o amor transformado em livro pelo seu cão, parte integrante da família, que nós, os amantes de animais, conhecemos por dentro mas seríamos incapazes de escrever com tanta excelência.
Dizia Mahatma Gandhi que a grandeza de uma nação e o seu progresso moral podem ser julgados pelo modo como os seus animais são tratados. Se assim fosse, muito haveria a dizer sobre Portugal e o constante abandono verificado mais evidente nos períodos de férias. Deixo-vos com estas palavras, hoje que se comemora o Dia do Animal.
Dizia Mahatma Gandhi que a grandeza de uma nação e o seu progresso moral podem ser julgados pelo modo como os seus animais são tratados. Se assim fosse, muito haveria a dizer sobre Portugal e o constante abandono verificado mais evidente nos períodos de férias. Deixo-vos com estas palavras, hoje que se comemora o Dia do Animal.