quarta-feira, dezembro 01, 2010

Epígrafes das obras de José Saramago

Nos textos escritos para o BLOG,  que Saramago intitulou O Caderno,  a propósito do livro que tinha em mãos, o seu autor afirma que  a palavra do título(…) contaria toda a história.” E continua: “Costumo dizer que quem não tiver paciência para ler os meus livros, passe os olhos ao menos pelas epígrafes porque por elas ficará a saber tudo.” ( Dezembro de 2008, Dia 30)

Sigamos, então, a proposta de Saramago:

  • Enquanto não alcançares a verdade, não poderás corrigi-la. Porém, se a não corrigires, não a alcançarás. Entretanto, não te resignes.”
Do Livro dos Conselhos

in História do Cerco de Lisboa

  • Que estranha cena descreves e que estranhos prisioneiros,  São iguais a nós.”

Platão, República, LivroVII

in A Caverna
  • “ A quem me abriu portas e mostrou caminhos – e também em lembrança de Almeida Garrett, mestre de viajantes.”
in Viagem a Portugal
  • “ Conheces o nome que te deram,
         não conheces o nome que tens.”
Livro das Evidências

in Todos os Nomes

  • Todo futuro es fabuloso      Alejo Carpentier

in A Jangada de Pedra

  • Ó Pedro, que é do livro de capa verde, que te deu o avô?
         - Já o dei ao Jorge a guardar.”
João de Deus, Cartilha Maternal

in  A Segunda Vida de Francisco de Assis

  • Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.”
Livro dos Conselhos

in Ensaio sobre a Cegueira

  • “ O caos é uma ordem por decifrar.
Livro dos Contrários

  • “ Acredito sinceramente ter interceptado muitos pensamentos que os céus destinavam a outro homem.
Laurence Sterne

in O Homem Duplicado
  •  Saberemos cada vez menos o que é um ser humano.” 
Livro das Previsões

in As Intermitências da Morte

  • “ Pensa por exemplo mais na morte, - ε seria estranho em verdade que não tivesses de conhecer por esse facto novas representações, novos âmbitos da linguagem.”
Wittgenstein
  • “ Nem tudo é o que parece.”

in Don Giovanni ou O Dissoluto Absolvido

  • E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infância, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico?”
Almeida Garrett

in Levantado do Chão

  • Sábio é o que se contenta com o espectáculo do mundo.
Ricardo Reis
  • Escolher modos de não agir foi sempre a atenção e o escrúpulo da minha vida.”                    Bernardo Soares


  • Se me disserem que é absurdo fallar assim de quem nunca existiu, repondo que também não tenho provas de que Lisboa tenha alguma vez existido, ou eu que escrevo, ou qualquer cousa onde quer que seja.”                           
Fernando Pessoa

in O Ano da Morte de Ricardo Reis
  • “ Pela fé, Abel ofereceu a deus um sacrifício melhor do que o de Caim. Por causa da sua fé, Deus considerou-o seu amigo e aceitou com agrado as suas ofertas. E é pela fé que Abel, embora tenha morrido, ainda fala.”
(Hebreus,11,4)
LIVRO DOS DISPARATES

in Caim
  • “ Já que muitos empreenderam compor uma narração dos factos que entre nós se consumaram, como no-los transmitiram os que desde o princípio foram testemunhas oculares e se tornaram servidores da Palavra, resolvi eu também, depois de tudo ter investigado cuidadosamente desde a origem, expor-tos por escrito e pela sua ordem, ilustre Teófilo, a fim de que reconheças a solidez da doutrina em que foste instruído.”
Lucas, 1, 1-4

  • “ Quod scripsi, scripsi.”
                                                                                                                           Pilatos

in O Evangelho Segundo Jesus Cristo

  • “ Para a forca hia um homem: e outro que o encontrou lhe dice: Que he isto senhor fulano, assim vay v. m.? E o enforcado respondeo: Yo no voy, estes me lleban. “
Pe Manuel Velho

in Memorial do Convento

Professora Lúcia Reis, professora de Português e Latim na Escola Secundária José Saramago

1 comentário:

LBarros disse...

Excelente perspectiva. Obrigada, Lúcia.