Ausência
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade
2 comentários:
Acompanho o blog há pouco tempo. Apesar de não entrar todos os dias, achei interessante comentar nesse 'post', justamente por ser brasileiro e Carlos Drummond ser um de meus poetas favoritos... Encontrei este blog quando procurava algo sobre Saramago pela internet (estava entusiasmado depois de de ler "As intermitências da Morte" e acabei por encontrar um espaço interessante (e muito mais que o meu, em termos de conteúdo), visto que há diversos posts por mês - e de uma qualidade incrível, diga-se de passagem. Viva toda a Cultura luso-brasileira. Viva Saramago, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrande e Vinícius de Moraes. Parabéns pelo blog. (:
Muito obrigada pela visita. Os posts têm sido menos frequentes do que gostaria. Sou fã confessa da literatura e da cultura brasileira.
Volte sempre :)
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