As bibliotecas são um local de verdadeiro culto por um dos objectos mais amados da vida dos leitores: os livros. No silêncio que se deve observar para escutar as vozes das personagens e através das quais também o escritor dialoga com o leitor, existe uma comunhão que une leitor, escritor e obra escrita. Mas se algumas bibliotecas estão albergadas em sumptuosos edifícios, com as condições necessárias para a conservação dos livros, outras resignam-se à sua própria condição e nem sempre usufruem das melhores condições de funcionamento. Possuem, não obstante, o mais valioso ingrediente para o sucesso: a boa vontade, a determinação e o empenho. Assim é em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro, Brasil. Um pedreiro, Carlos Luís Leite e a mulher, Maria da Penha Mello, resolveram utilizar uma das assoalhadas da sua própria casa para albergar uma biblioteca numa comunidade carenciada em São Gonçalo. A ideia surgiu quando Carlos Leite estava a fazer obras numa casa. O dono queria desfazer-se de seis volumes e o pedreiro pediu para ficar com eles. A partir daí nasceu esta enorme paixão, ainda maior se tivermos em conta que Carlos Leite teve de abandonar a escola muito cedo para trabalhar e que as letras lhe permanecem quase indecifráveis. A biblioteca funciona em sua casa, no Jardim Catarina, e, entretanto, os livros foram tomando o lugar dos seus guardiães que agora ocupam apenas uma ínfima parte da sua casa, literalmente empurrados pelos livros. Em 2005, a biblioteca comunitária contava com 5.000 exemplares, tendo o número duplicado entretanto. Todo o acervo da biblioteca foi doado e é mantido por Seu Carlos e Dona Penha. A biblioteca é gratuita e frequentada por muitas crianças que utilizam o espaço para seu proveito e para melhorar o seu aproveitamento escolar, bem como por adultos que respondem ao chamamento dos livros.
E esta estória daria um belíssimo argumento para um filme, dos que nos deixam o coração a sorrir muito depois de abandonarmos a sala de cinema. Contudo, ela é ainda mais bela e comovente porque é real e nos enche o coração de esperança que leva a acreditar que há sempre um caminho e que os livros podem surgir na adversidade para melhorar vidas.
Aqui fica a mais sentida homenagem a quem sem meios, sem nunca ter tido acesso a livros ou a um meio cultural que promovesse o contacto com livros, educação formal e cultura dita erudita, tem no seu âmago a mais bela e tocante das qualidades: uma generosidade tão genuína e abnegada que só pode encher de luz os corações dos amantes de livros neste Dia Internacional das Bibliotecas Escolares. Bem hajam, Seu Carlos e Dona Penha.
E esta estória daria um belíssimo argumento para um filme, dos que nos deixam o coração a sorrir muito depois de abandonarmos a sala de cinema. Contudo, ela é ainda mais bela e comovente porque é real e nos enche o coração de esperança que leva a acreditar que há sempre um caminho e que os livros podem surgir na adversidade para melhorar vidas.
Aqui fica a mais sentida homenagem a quem sem meios, sem nunca ter tido acesso a livros ou a um meio cultural que promovesse o contacto com livros, educação formal e cultura dita erudita, tem no seu âmago a mais bela e tocante das qualidades: uma generosidade tão genuína e abnegada que só pode encher de luz os corações dos amantes de livros neste Dia Internacional das Bibliotecas Escolares. Bem hajam, Seu Carlos e Dona Penha.
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