Hoje, pela manhã, fomos surpreendidos na Sala de Professores com mais uma actuação do Núcleo do Desporto Escolar - Danças de Salão. No Natal já havíamos sido presenteados com a actuação do grupo, orientado pelo Professor Luís Morgado, também ele um grande dançarino. Nessa altura não tive como registar o momento, mas hoje não podia deixar de assinalar o feito e aproveitei o telemóvel. A qualidade das imagens não é das melhores, mas vale acima de tudo pela alegria que transmitem. Parabéns! Continuem.
quinta-feira, janeiro 31, 2008
quarta-feira, janeiro 30, 2008
Mahatma Gandhi
An eye for an eye will make the whole world blind.
Mahatma Gandhi
60 anos do seu assassinato
Imagem daqui
sexta-feira, janeiro 25, 2008
Bolomania
Longe vão os tempos em que a escola se dedicava apenas à transmissão de conhecimentos. Hoje em dia, as escolas são organismos dinâmicos, onde há muitas acitvidades envolvendo não só alunos e professores mas também toda a comunidade escolar e a comunidade envolvente. A área de projecto é um óptimo exemplo desta diversidade. As temáticas vão variando, mas o contributo é inegável. Desta vez, apresento-vos uma iniciativa louvável, não só louvável como deliciosa. A Aurora Domingues, a Guida Santos, a Ingvild Slevolden, o Luís Gomes e a Sofia Monteiro, do 12º A -não estão lindos na foto?- no âmbito do projecto que têm entre mãos, e que inclui uma parceria com a Santa casa da Misericórdia, vão levar a cabo na próxima segunda-feira, dia 28 de Janeiro, no átrio do pavilhão E, a Bolomania. Como a designação indica, trata-se de uma feira do bolo, a primeira adiantaram eles, prevendo que mais se realizarão. O objectivo é angariar fundos para a Santa Casa Misericórdia e ajudar quem precisa. Calculo que a esta hora, já estejam de água na boca, mas terão de esperar até segunda-feira e deixar-se surpreender com as iguarias que eles no reservam. Para isso, toca de aparecer!
foto: minha
O carteiro
Carteiros. Sempre vi algum encanto nos carteiros, uma espécie de Mercúrios contemporâneos trazendo novidades de casa a casa, e, mesmo que o correio electrónico tenha tomado conta de uma parte substancial das comunicações interpessoais escritas, continuo a admirar estes emissários que nos dias que correm abandonaram maioritariamente as caminhadas a pé e se deslocam em veículos motorizados. Duvido que este carteiro se deslocasse através de qualquer outro meio que não fossem os seus próprios pés, não sei se por fazer jeito à ideia romanceada de carteiro que me ocupa o imaginário, se por assim ser quando se lê um texto alheio e se lhe vão juntando peças e preenchendo os espaços naturalmente deixados em branco por quem escreve para quem lê.
A pé ou de motociclo, a verdade é que este era um carteiro especial. Maldizia o peso dos livros e, certo dia, encetando conversa com o narrador em virtude da quantidade de livros que lhe deixava, descobriu para seu desencanto que não, o destinatário de todas as cartas e livros não os lia sempre e nem os lia completamente e que, além da falta pela ausência de leitura, redistribuía as encomendas por amigos, assim mesmo, se lhes ler o miolo, vocábulo usado para o conteúdo dos livros. Delicioso. O carteiro não se conformava. Como não ler? Se entrega, tem de ler. A não leitura constituía um pecadilho imperdoável, um desrespeito para com o remetente. O narrador não cede e argumenta que para o escritor é igual a leitura ou não das obras colocando um ponto final na contenda e postulando lacónico que o esvaziamento de alma a que a escrita obriga será por si só suficiente. O carteiro riposta, o narrador riposta, o carteiro surpreende o narrador com uma revelação velada acerca do ofício que lhe preenchia a vida além dos afãs de carteiro, apontando na direcção de outro carteiro também a braços com um escritor de renome, Pablo Neruda. Se Carlos Drummond de Andrade esvaziou a alma não se deixa adivinhar, espero, não obstante, que sim, a contrapartida mais do que merecida para a crónica brilhante com que nos brinda, uma das muitas que habitam nas páginas de Boa Companhia.
A pé ou de motociclo, a verdade é que este era um carteiro especial. Maldizia o peso dos livros e, certo dia, encetando conversa com o narrador em virtude da quantidade de livros que lhe deixava, descobriu para seu desencanto que não, o destinatário de todas as cartas e livros não os lia sempre e nem os lia completamente e que, além da falta pela ausência de leitura, redistribuía as encomendas por amigos, assim mesmo, se lhes ler o miolo, vocábulo usado para o conteúdo dos livros. Delicioso. O carteiro não se conformava. Como não ler? Se entrega, tem de ler. A não leitura constituía um pecadilho imperdoável, um desrespeito para com o remetente. O narrador não cede e argumenta que para o escritor é igual a leitura ou não das obras colocando um ponto final na contenda e postulando lacónico que o esvaziamento de alma a que a escrita obriga será por si só suficiente. O carteiro riposta, o narrador riposta, o carteiro surpreende o narrador com uma revelação velada acerca do ofício que lhe preenchia a vida além dos afãs de carteiro, apontando na direcção de outro carteiro também a braços com um escritor de renome, Pablo Neruda. Se Carlos Drummond de Andrade esvaziou a alma não se deixa adivinhar, espero, não obstante, que sim, a contrapartida mais do que merecida para a crónica brilhante com que nos brinda, uma das muitas que habitam nas páginas de Boa Companhia.
Imagem: Van Gogh
quinta-feira, janeiro 24, 2008
O libertino
Em destaque, no placard à porta da nossa Biblioteca/Centro de Recursos, temos Luiz Pacheco. Podem ler-se textos e entrevistas do recentemente falecido escritor e editor, tudo com a gentileza da nossa patrona que tem a paciência de nos seleccionar os textos e tornar o placard não só um deleite para os olhos, como também mais uma maneira de nos mantermos actualizados no que respeita à literatura. Apareçam!
sexta-feira, janeiro 18, 2008
A trabalheira de se ser infeliz
E porque hoje é sexta-feira deixo-vos com uma citação de um dos meus autores preferidos de sempre e um autor obrigatório de expressão portuguesa. Se nunca leste nenhum livro de Mia Couto, não percas tempo, dirige-te ao nosso Centro de Recursos e procura um livro deste autor moçambicano e, como é multifacetado, podes ler contos, romance, poesia ou ensaio/não-ficção. Tudo vale menos ficar na ignorância e desconhecimento. Agora a prometida citação:
Sou feliz só por preguiça. A infelicidade dá uma trabalheira pior que a doença: é preciso entrar e sair dela, afastar os que nos querem consolar, aceitar pêsames por uma porção da alma que nem chegou a falecer.
Sou feliz só por preguiça. A infelicidade dá uma trabalheira pior que a doença: é preciso entrar e sair dela, afastar os que nos querem consolar, aceitar pêsames por uma porção da alma que nem chegou a falecer.
Mia Couto, (2002), Mar me quer, Lisboa, Caminho.
Portanto, já sabem, ser infeliz dá uma grande trabalheira, logo, toca a enxotar os pensamentos mais sombrios e sorrir para a vida. Bom fim-de-semana!
quinta-feira, janeiro 17, 2008
As mais belas livrarias do Mundo
Para os amantes de livros, os livros e as livrarias andam de mãos dadas. Numa livraria, o tempo é de recolhimento e de comunhão plena entre o leitor e o seu objecto amado, estimado, cuidado - os livros. Quem nunca sentiu a calma na alma, a tranquilidade de um tempo de silêncio entrecortado aqui e ali apenas com o folhear das páginas ou uma troca de opiniões em surdina? O jornal britânico Guardian elegeu as dez mais belas livrarias do mundo. Nesta eleição Portugal não foi esquecido e a Livraria Lello no Porto ficou num honroso terceiro lugar. Deixo-vos agora com as imagens destes veradeiros templos de leitura. Não são uma maravilha?
sexta-feira, janeiro 11, 2008
Livros com pernas
E se, de repente, os livros tivessem asas, pernas ou, acima de tudo, um caminho próprio, um trilho a percorrer, tivessem encetado uma viagem sem fim à vista? E se fossem de todos e não fossem de ninguém? E se, depois de lidos, fossem libertados para ser lidos de novo e libertados outra vez numa viagem infindável, fonte de prazer sem limites, sem barreiras, sem fronteiras? No BookCrossing tudo isto é possível. Com três Rs iniciais, register (regista), read (lê) e release (liberta), o BookCrossing é um movimento internacional de partilha de livros e leituras, movido primordialmente por uma imensa generosidade, o alicerce sobre o qual todo o movimento assenta. É grátis, como convém a tudo o que implique partilha e generosidade, fácil de aceder e muito gratificante e enriquecedor, o local indicado para os leitores compulsivos e amantes de livros.
E como é que tudo funciona? É simples. Para melhor se entender, toca de aceder ao site de apoio em português aqui, assim será mais fácil compreender as siglas, a dinâmica do movimento, descarregar etiquetas, saber quando e onde há encontros e muito mais informações. O site de apoio, além de estar muito bem organizado e ter um grafismo atraente, proporciona-nos um encontro facilitado sem a barreira da língua inglesa. Depois impõe-se uma visita ao sítio internacional do BookCrossing, faz-se um registo com um endereço de correio electrónico, registam-se os livros no sítio, ganhando cada um deles o número de identificação a partir do qual vai ser possível acompanhar o percurso e viagem do livro e depois, libertam-se, emprestam-se, partilham-se. A partir de agora, há que tomar atenção, muita atenção, nunca se sabe se não vamos encontrar um livro à solta...
E como é que tudo funciona? É simples. Para melhor se entender, toca de aceder ao site de apoio em português aqui, assim será mais fácil compreender as siglas, a dinâmica do movimento, descarregar etiquetas, saber quando e onde há encontros e muito mais informações. O site de apoio, além de estar muito bem organizado e ter um grafismo atraente, proporciona-nos um encontro facilitado sem a barreira da língua inglesa. Depois impõe-se uma visita ao sítio internacional do BookCrossing, faz-se um registo com um endereço de correio electrónico, registam-se os livros no sítio, ganhando cada um deles o número de identificação a partir do qual vai ser possível acompanhar o percurso e viagem do livro e depois, libertam-se, emprestam-se, partilham-se. A partir de agora, há que tomar atenção, muita atenção, nunca se sabe se não vamos encontrar um livro à solta...
segunda-feira, janeiro 07, 2008
sexta-feira, janeiro 04, 2008
Receita de Leitura (3)
Dose de Amostra
Dei então por mim a conversar com o cão, sempre que estávamos sós. Digo bem: conversar. Porque se ele nunca chegava, como pretendia, à enunciação, não tenho dúvida de que compreendia a humana fala. Pelo menos a nossa. Falava-lhe das caçadas que podíamos ter feito e não fizemos. Tentei explicar-lhe a magia da pesca, mas isso foi coisa que ele nunca aceitou. Quando voltei a caçar, normalmente na companhia do meu filho do meio, contava-lhe as proezas de cada um. Também lhe falava de versos, é verdade,como às vezes não tinha ninguém a quem ler de imediato um poema acabado de escrever, lia-o ao cão. Ele gostava. Não sei se do poema. Mas de que lho lesse. Ou do ritmo, do som, fosse do que fosse. Não que uivasse como com a música de Albeniz. Mas creio que ele também gostava da música da poesia, da alquimia do verso, da litania e da celebração mágica que todo o poema é. Algo que os bichos talvez entendam melhor do que os especialistas de literatura.
Manuel Alegre, (2002), Cão como Nós, Lisboa, Caminho.
Dei então por mim a conversar com o cão, sempre que estávamos sós. Digo bem: conversar. Porque se ele nunca chegava, como pretendia, à enunciação, não tenho dúvida de que compreendia a humana fala. Pelo menos a nossa. Falava-lhe das caçadas que podíamos ter feito e não fizemos. Tentei explicar-lhe a magia da pesca, mas isso foi coisa que ele nunca aceitou. Quando voltei a caçar, normalmente na companhia do meu filho do meio, contava-lhe as proezas de cada um. Também lhe falava de versos, é verdade,como às vezes não tinha ninguém a quem ler de imediato um poema acabado de escrever, lia-o ao cão. Ele gostava. Não sei se do poema. Mas de que lho lesse. Ou do ritmo, do som, fosse do que fosse. Não que uivasse como com a música de Albeniz. Mas creio que ele também gostava da música da poesia, da alquimia do verso, da litania e da celebração mágica que todo o poema é. Algo que os bichos talvez entendam melhor do que os especialistas de literatura.
Manuel Alegre, (2002), Cão como Nós, Lisboa, Caminho.
Composição
Cão como Nós de Manuel Alegre é uma novela sobre um cão, Kurika de seu nome, que fez parte integrante da família Alegre durante muito tempo e que, ao partir, deixou saudades profundas e este pequeno livro escrito pela mestria e sensibilidade do autor.
Cão como Nós de Manuel Alegre é uma novela sobre um cão, Kurika de seu nome, que fez parte integrante da família Alegre durante muito tempo e que, ao partir, deixou saudades profundas e este pequeno livro escrito pela mestria e sensibilidade do autor.
Indicações
Este livro está indicado para os devotos incondicionais de animais, especialmente de cães. Indivíduos com gosto por leituras breves mas carregadas de sensibilidade observaram significativas melhoras com a leitura deste livro. Está indicado para quem quiser conhecer uma outra faceta do autor, longe da poesia e do romance e quem tiver curiosidade sobre as vidas quotidianas do(s) escritor(es).
Precauções
Indivíduos obcecados por estereótipos em busca de um tratado sobre o comportamento canino devem ler este livro com muitas reservas, uma vez que no composto activo está presente um cão atípico, desobediente, e com manias de humano. Podem verificar-se pontualmente episódios de tristeza. Descontinue a leitura imediatamente, caso comece a chamar pelo Kurika, a esperá-lo pela calada da noite ou a deixar-lhe uma tigela com água. Podem ocorrer ocasionalmente ataques súbitos de carinho e ter vontade de se agarrarao pescoço dos caninos.
Posologia
Não foram reportados efeitos de sobredosagem. A leitura continuada potencia os efeitos positivos e uma segunda ou terceira leitura prolonga o bem-estar e estimula a imaginação.
Outras apresentações
Como complemento sugere-se a leitura de Amados Cães e de Amados Gatos de José Jorge Letria e Gatos e mais Gatos da mais recente laureada com o Prémio Nobel da Literatura, Doris Lessing.
Bom ano
Gosto muito de computadores. Facilitam-nos a vida de forma incomensurável, ligam-nos ao mundo fora e dentro de nós, mas, apesar disso, ou talvez por isso mesmo, quando nos faltam é um problema dos grandes. Foi isso que aconteceu ontem, quando regressei à Escola e à nossa Biblioteca/ Centro de Recursos. Queria postar os votos de um bom 2008, dar-vos as boas vindas ao ano e à escola e ao De Mês em quando. Contudo, devido a um problema na rede, não o consegui fazer. Aqui ficam, com atraso, mas sentidos, os votos de um belíssimo Ano Novo, cheio de leituras e experiências positivas e gratificantes na vida pessoal e profissional.
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