Quem conhece a nossa Escola há uns anos ter-lhe-á notado uma particularidade que, parece-me e conheço algumas escolas, não é comum a muitas: a nossa Escola tinha um cão, uma mascote, por assim dizer. O cão terá aparecido por cá há uns anos largos, não há consenso quanto à data específica, e aqui ficou acarinhado por muitos, sem desprimor para ninguém, em particular pela Dona Tucha da Secretaria, pela patrona da nossa Biblioteca, a Professora Maria Luisa Barros e pela professora Alda Braga. Estas três dedicadas donas do cachorro tudo fizeram para que tivesse uma vida faustosa, mais faustosa do que outras vidas caninas: trataram dele quando esteve doente, bem como outras pessoas, e para mimá-lo ainda mais, além de lhe trazerem comida, que também eu trazia numa marmita depois do almoço, ofereciam-lhe, a espaços, um delicioso croquete. O Saramago adorava os croquetes e sabêmo-lo, porque os saltos e pulos evidenciavam tamanha alegria e gratidão. Infelizmente, o Saramago não era um cão jovem e, como tal, viu o seu fim chegar na passada sexta-feira, depois de ter sido muito acarinhado pelos seus guardiães. Que fique em paz, o nosso Saramago, cá para mim anda a moer o juízo aos outros cães da eternidade canina, que ele era um rapaz muito temperamental e, se na eternidade houver motas, tenho a certeza que a esta hora já lhes terá ladrado com afinco...
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