Hoje nas bancas o último livro de literatura de viagens da "Sábado".
quinta-feira, setembro 30, 2010
quarta-feira, setembro 29, 2010
Dentro de mim faz Sul
Além do prazer da leitura compro livros por quatro razões diferentes: pelo autor, se um autor me agrada compro tudo dele. Acontece-me sempre com Mia Couto, José Eduardo Agualusa, Mário de Carvalho, Ondjaki e mais recentemente com valter hugo mãe. António Lobo Antunes e José Saramago já fizeram parte desta lista. O primeiro saiu porque há escritores para a eternidade mas há outros que ocupam um lugar temporário, assim foi com Lobo Antunes. Continuo a ler as crónicas mas tendo em conta a infinitude de livros, resolvi pô-lo de lado e dar oportunidade a outros. José Saramago não foi obviamente uma escolha. A morte do escritor assim o ditou, talvez o maior drama para os leitores seja a morte do escritor, uma ausência irreparável na ausência de próximos livros. A segunda razão, que pode excluir esta primeira, prende-se com o título. Se o título for apelativo e se os primeiros parágrafos e outros que escolho aleatoriamente do meio do livro me agradarem é certo que, mais cedo ou mais tarde, comprarei o livro. A terceira razão é a opinião dos amigos e pessoas que considero, o mesmo critério que uso para as viagens, as opiniões selectivas de quem considero podem ser determinantes. A quarta razão tem a ver com a crítica, mas mais uma vez apenas se for feita por alguém em quem confio e não apenas mais uma língua de letras nos suplementos da especialidade.
Este último livro que comprei conciliou a primeira e a segunda razões. A primeira, o autor/escritor, Ondjaki, a segunda o título, Dentro de mim faz Sul. Não me consigo lembrar de um outro título que me tenha enchido a alma desta forma nos últimos tempos. Provavelmente porque também dentro de mim faz sempre um sul. Há um sol e um calor húmidos. Há o gemido dos coqueiros. Há sorrisos largos. Luas redondas e aromas de Verão. Há pores do sol com bruma e uma nostalgia redentora. Há mares calmos e turquesa, mares batidos e profundos. Chuvas fortes e cheiro a clorofila. Um calor húmido que nos abraça. Dentro de mim faz este sul e outros. Muitas vezes. Sempre.
terça-feira, setembro 28, 2010
Comments welcome
Não gosto de blogues sem comentários. Parecem-me um contra-senso, já que quem bloga, bloga para alguém, se não poderia continuar a escrever para a gaveta e não trazer à luz do ecrã e do mundo o que lhe vai na alma. Reconheço que podem aparecer comentadores inconvenientes, mal-educados e à procura de conflitos, basta dar uma volta na blogosfera para constatar este facto. Por uma razão ou por outra, quando iniciei este blogue fechei-lhe os comentários. Temporariamente, julgava eu, porque um ou dois meses depois, quando quis abrir os comentários, o blogue recusou-se. Desconfio sempre que a tecnologia ganha vida própria se lhe dermos demasiada confiança, adquire o feitio caprichoso dos gatos e tenta fazer sempre o que quer e só quando quer. Provavelmente terá sido o que aconteceu com este blogue. Esteve uns anos amuado, mas um destes dias consegui ser mais forte, ah malvado, julgavas que me castigavas sempre, e restituir os comentários a este blogue. A partir de agora a caixa de comentários é vossa. Fico à espera.
segunda-feira, setembro 27, 2010
Hoje...
...nas livrarias.
Da contra-capa:
Iara, jovem linguista portuguesa, faz uma incrível descoberta: alguém, ou alguma coisa, está a subverter a nossa língua, a nível global, de forma insidiosa, porém avassaladora e irremediável. Milagrário Pessoal, o novo livro do autor, é um romance de amor e, ao mesmo tempo, uma viagem através da história da língua portuguesa, das suas origens à actualidade, percorrendo os diferentes territórios aos quais a mesma se vem afeiçoando.
sexta-feira, setembro 24, 2010
quinta-feira, setembro 23, 2010
quarta-feira, setembro 22, 2010
Manifesto
É que não são só as palavras, não é apenas o miolo, não conta simplesmente o diálogo entre as personagens e o leitor, por vezes entre o escritor e o leitor. Não é o que se lê, o que sente, o que emociona e enfurece. É o objecto. As centenas de páginas agarradas umas às outras, as capas coloridas, o cheiro, sim, um cliché, eu sei. O texto na contracapa, as palavras insossas nas badanas. O prazer de o abrir e espreitar. Um livro não é apenas palavras. Um livro é uma companhia. E são muitos os que me acompanham casa fora. Os que repousam caoticamente no chão ao lado da minha mesa-de-cabeceira, os que me colorem as estantes cá de casa, os que se espalham por aqui e ali. E depois o prazer. A procura. Os momentos em frente das estantes Estava aqui, guardei-o aqui, tem de estar por aqui. A tranquilidade de horas a folheá-los na senda do excerto perdido, a curiosidade dos minutos à procura de uma novidade entre as páginas, a certeza de se encontrar sempre algo novo. A partilha Olha aqui, o que encontrei. E as memórias Este comprei-o em Salvador, lembras-te? Um pedaço de história de vida encerrada em páginas e lombadas carinhosamente preservado como testemunho de momentos felizes Foi o primeiro livro que comprei no Rio. Os presentes e quem os ofereceu. São os autógrafos dos escritores,as letras desenhadas à sombra dos jacarandás com o Tejo em fundo. E andar com eles na carteira ou entre os dossiers. E são isto os livros. São as dedicatórias. O meu nome bem legível na primeira página, data e local, a marca indelével de posse e a afirmação de território São meus. E isto jamais poderá ser substituído por uma geringonça electrónica. Isso não são livros. Esses não serão nunca os meus livros.
terça-feira, setembro 21, 2010
segunda-feira, setembro 20, 2010
Reentré
Este Setembro, como todos os outros a que se convencionou apelidar de reentré em termos literários, promete. Primeiro tivemos a publicação de mais uma romance de João Tordo, O Bom Inverno, que já se encontra disponível nas livrarias. Dia 24 segue-se José Luís Peixoto com o seu livro Livro e uns dias depois José Eduardo Agualusa lança Milagrário Pessoal. Ondjaki tem também um novo livro de poesia com o excelente título Dentro de mim faz sul. Um bom Setembro, este.
sexta-feira, setembro 17, 2010
Ler barato (7)
Para quem acha que viajar é caro tem agora uma oportunidade de fazer dois em um: ler e viajar, ou viajar lendo. A revista "Sábado" está a publicar literatura de viagens a preços acessíveis. Estes livros que já sairam em edição de capa dura para as livrarias, são agora publicados ao ritmo semanal da publicação da revista, às quintas-feiras e custam apenas 5, 95 Euro. Já saíram três volumes: dia 2 de Setembro, Uma ideia da Índia de Alberto Moravia, dia 9, Morte na Pérsia de Annemarie Schwarzenbach, e ontem, dia 16, Paris de Julien Green. Seguem-se O Japão é um lugar estranho de Peter Carey, e Nova Iorque de Brendan Behan, a 23 e 30 de Setembro respectivamente. Aproveitem! Ler vale sempre a pena.
fotografia minha
quinta-feira, setembro 16, 2010
Rui Cardoso Martins
foi o vencedor do Grande Prémio do Romance e Novela da APE com o seu romance Deixem passar o homem invisível, a sua segunda obra. Também conhecido como cronista da revista "Pública" Rui Cardoso Martins é também autor da obra E Se Eu Gostasse Muito de Morrer, guionista, e co-fundador das produções Fictícias. Embora não falhe as crónicas de Domingo do escritor, o livro foi uma belíssima surpresa. que só posso recomendar. Espero ansiosamente o próximo livro. Aqui ficam entretanto as felicitações.
quarta-feira, setembro 15, 2010
Agatha Christie
Comemoram-se hoje os 120 anos da grande escritora de romances policiais, Agatha Christie. Criadora de personagens ímpares como Miss Marple e o inesquecível Hercule Poirot, ambos imortalizados também na sétima arte, foi uma escritora profícua que tem estimulado a imaginação de milhões de leitores em todo o mundo e continua a deliciar os amantes de suspense e mistério. Cento e vinte anos depois continua a ser lembrada e estimada em todo o mundo, a prova de que os escritores vivem sempre através das suas obras.
Mais sobre Agatha Christie aqui
De regresso
Para quem terá pensado que, depois de uma ausência tão longa, este blogue teria ido de férias sem regresso, pode descansar que estamos de volta. Este ano, ao contrário do ano passado, já não estamos em obras, voltou quase tudo ao seu lugar, coisas há que ganharam uma outra cara e a nossa Biblioteca instalou-se em definitivo num novo e aprazível lugar. Resta-nos esperar que este seja um ano mais tranquilo e desejar um enorme sucesso nesta nova etapa.
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